domingo, 15 de abril de 2012

A REVELAÇÃO DA IRA DE DEUS


                       Contra o que se revela a ira de Deus?

Em geral, a ira de Deus só se volta conta o mal. Nós nos zangamos quando nosso orgulho é ferido; na ira de Deus, porém, não existe nenhum ressentimento pessoal. Nada a provoca, exceto o pecado – e este sempre o faz.
  Paulo é mais especifico ao dizer que a ira de Deus se revela contra toda impiedade (asebeia) e injustiça (adikia) dos homens que suprimem a verdade pela injustiça(18). De acordo com J.B.Lightfoot, asebeia é contra Deus e adikia é contra os homens.
  A Escritura ensina claramente que a essência do pecado é a impiedade, a ausência de Deus. É a tentativa de livrar-se de Deus e, já que isso é impossível, a decisão de viver como se isso tivesse acontecido. “Não há temor de Deus diante de seus olhos”(3.18). A recíproca também é verdadeira: a essência da bondade é a piedade, ou seja, a presença de Deus. É amá-lo com todo nosso ser e obedecer-lhe com alegria.
  Mas a ira de Deus se volta, não contra a “impiedade e injustiça”,mas contra a impiedade e a injustiça daqueles que suprimem a verdade pela a injustiça (addikia de novo). O problema não esta só no fato de cometerem o mal, embora conheçam a verdade, mas sim em terem tomado uma decisão a priori de viver para si mesmos, em vez de para Deus e para os outros. Portanto, eles suprimem deliberadamente qualquer verdade que desafie o seu egocentrismo.
  E que “verdade” é essa que Paulo tem em mente? A resposta está nos versículos 19-20 trata-se daquele conhecimento de Deus que nos é acessível através da ordem natural. E, no entanto, o que de Deus se pode conhecer (e quão limitado é o que se pode fazer conhecido a criaturas finitas e caídas como nós) é manifesto ou aberto, a nós. E a razão pela qual isso é manifesto é que Deus tomou a iniciativa e nos manifestou. Como? Vejamos o versículo 20: Pois desde a criação os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina (os quais juntos constituem um pouco da sua “gloria”,23)tem sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas. Em outras palavras, o Deus que em si mesmo é invisível e a quem não se pode conhecer fez-se visível, dando-se a conhecer através de suas obras. Assim como o artista se revela naquilo que ele desenha, pinta ou esculpe, assim o Divino Artista se revelou através da sua criação.

                            Como se revela a ira de Deus?

A primeira resposta a essa pergunta é que a ira de Deus será revelada no futuro, no fim dos tempos, no juízo final. Existe algo chamado de “a ira que há de vir” e Paulo chama o dia do juízo de “o dia da ira.... de Deus”. Em segundo lugar, há uma face da ira de Deus que se revela hoje através da administração publica da justiça.
  Em terceiro lugar, existe outro tipo de revelação da ira de Deus, ao qual o apóstolo dedicará o resto de Romanos 1. ela é revelada (agora, no presente) do céu (v.18). e ele passa e a explicá-la repetindo três vezes o terrível refrão Deus os entregou ((24,26,28). Quando ouvimos falar da ira de Deus, nós geralmente pensamos em “relâmpagos caindo do céu, cataclismos terrestres e majestades flamejante”. A sua ira, contudo, se manifesta “silenciosa e invisivelmente”, entregando pecadores a si mesmos. Como escreve John Ziesler, ela “opera, não pela intervenção de Deus, mas justamente pela sua não-intervenção, deixando homens e mulheres seguirem o seu próprio caminho”. Deus abandona pecadores obstinados ao seu egocentrismo propositadamente alimentado, é o processo resultante da degeneração moral e espiritual deve ser entendido como um ato do juízo de Deus. Essa é a revelação da ira de Deus vindo céus (18)
O que ele disse na abertura, que eles conheciam a Deus, não pode ser tomado em termos absolutos, uma vez que em outro lugar Paulo diz que as pessoas que não estão em Cristo não conhecem a Deus. Ele se refere, aqui, ao conhecimento limitado do poder e da glória de Deus que se encontra à disposição de todos através da revelação universal (19-20).  
  Ao invés de se deixarem levar por esse conhecimento à adoração a Deus, eles não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças. Em vez disso, tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram (22). Essa futilidade, escuridão e ignorância se manifestaram em sua idolatria e na “troca” absurda que a idolatria deles gerou; trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis(23).
   A punição de Deus para a idolatria do povo foi entregar cada um à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos dos seus próprios corações. E a história do mundo confirma que a tendência da idolatria é acabar em imoralidade. Uma falsa imagem de Deus leva a um falso conceito quanto ao sexo. Paulo não nos diz que tipo de imoralidade ele tinha em mente, mas explicita que ela envolvia a degradação dos seus corpos entre si (24). E ele esta certo. O sexo ilícito leva à degradação das pessoas como seres humanos; o sexo no casamento, segundo o propósito de Deus enobrece a nossa condição de humanos.

Versículos 25-27
Aqui se menciona outra “troca”, não a troca da glória de Deus imagens, mas a troca da verdade de Deus pela mentira -  ou melhor “a” mentira, a maior de todas as mentiras. Pois é isso que a falsidade da idolatria é, já que implica em transferir nosso louvor para a criatura em lugar do Criador,o qual Paulo explodindo numa súbita doxologia, declara merecedor de adoração eterna: que é bendito para sempre (25)
  Dessa vez Deus os entregou a paixões vergonhosas, o que Paulo especifica como sendo práticas de lesbianismo (26) e relações de homossexualismos masculino (27). Nos dois casas ele descreve as pessoas envolvidas como culpadas de uma terceira “troca”:
Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras contrárias à natureza (26), enquanto os homens também abandonaram as relações naturais e se inflamaram de paixão uns pelos outros (27ª). Duas vezes ele usa o adjetivo physikos (“natural”) e uma vez a expressão para physin ter atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão (27b). Paulo não especifica qual é essa punição, mas só que eles a receberam “em si mesmos”. Poder-se-ia dizer que “já que eles achavam que não valia pena permanecer com a sabedoria de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável”.
  E, dessa vez, a sua mente deprava os conduziu, não a imoralidade, mas a praticarem o que não deviam (28), evidenciando, em uma inúmera variedade práticas anti-sociais as quais juntas, descrevem a derrocada da comunidade humana, nas medida em que os padrões desaparecem e a sociedade se desintegra.
  ( texto publicado no livro A MENSAGEM DE ROMANOS  DE JOHN STOTT).


Ribeirão Preto, abril de 12

Pr. José Eymard.

5 comentários:

  1. o Brasil está se expondo à ira, pelo comportamento do STF, do Congresso Brasileiro,

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  2. Seu blog está muito bom e as postagens também. Muito reflexiva esta postagem. Parabéns!

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    1. A Paz do Senhor,
      Muito obrigado irmã por ter visitado meu blog e pelo comentario.

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  3. Cada vida, cada cristão precisa entender as regras de existência para sobreviver. Regras físicas, sociais e também espirituais. Infelizmente para nós, os seguidores de Cristo, muitos ensinos distorcidos e corrompidos pelo fermento do inimigo, têm sido espalhados para impedir uma perfeita compreensão das regras espirituais que devemos conhecer e respeitar para vencermos em todas as áreas de nossas vidas. Jesus, Seu Sangue, o Seu Nome, Pecado, Satã, Demónios, Anjos "Observadores", "Mensageiros" e "Guerreiros", são conceitos que iremos rever e intercalar para uma melhor compreensão das regras espirituais que lhe permitirão vencer todas as frentes de batalha em sua vida.

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